Autor(a)

TATIANA DE PAULA SOARES

Instituição

UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA

Data

2019

Este trabalho se propõe a identificar e discutir as relações entre a qualidade de vida dos gestores e
os fatores preponderantes ao desenvolvimento da síndrome de burnout relacionados ao contexto
de trabalho no sistema socioeducativo do Distrito Federal. Pesquisas demonstram que a
sobrecarga, o desgaste emocional, as precárias condições de trabalho e a falta de realização
profissional afetam a qualidade de vida dos trabalhadores. Com base nesse entendimento, a
presente dissertação é composta por três artigos. Neles, utilizou-se a análise estatística descritiva;
análise fatorial; análise fatorial confirmatória; testes de hipóteses (Wilcoxon-Mann-Whitney e
Kruskal-Wallis) e de regressão múltipla. Dos participantes, 103 acessaram a pesquisa. Destes, 48
finalizaram todos os três questionários que avaliaram, além do perfil sociodemográfico
relacionado à posição hierárquica dos gestores, a exaustão emocional, a despersonalização e a
realização pessoal correlacionadas ao nível de burnout; a saúde física e mental ligada à qualidade
de vida; e níveis de demanda, controle e suporte vinculados ao contexto de trabalho. O primeiro
artigo teve como objetivo identificar o perfil gestor do atendimento socioeducativo do Distrito
Federal; verificar e descrever a frequência dos graus de esgotamento emocional, despersonalização
e realização pessoal, além de identificar a ocorrência da síndrome na equipe gestora, por meio da
aplicação do questionário Maslach Burnout Inventory Human Services Survey (MBI-HSS).
Concluiu-se que 29,17% dos participantes apresentaram a síndrome, destacando-se o alto índice
de exaustão emocional. O segundo artigo teve como escopo identificar os componentes de saúde
e seus impactos na qualidade de vida da equipe gestora socioeducativa, apontando os domínios
sobressalentes das subescalas de saúde física e de saúde mental. Através do instrumental Medical
Outcomes Study SF-36 Health Survey, identificou-se a frequência desses domínios e se verificou
se as escalas que demonstravam maiores limitações à saúde estavam correlacionadas àquelas que
evidenciaram a síndrome de burnout ou os graus de esgotamento emocional e/ou
despersonalização elevados e/ou ainda a baixa realização pessoal dos gestores. A partir disso,
pôde-se retratar a qualidade de vida sob o ponto de vista dos gestores da socioeducação do Distrito
Federal. Na mesma direção dos primeiros, o terceiro artigo buscou identificar o contexto de
trabalho da gestão da socioeducação do Distrito Federal, através dos componentes ‘demanda’,
‘controle’ e ‘suporte’ institucionais do Job Content Questionnaire. Avaliou-se a correlação de seus
componentes nas relações socioprofissionais, bem como suas implicações na realização
profissional e na qualidade de vida dos gestores. Ao final, nas categorias levantadas, constatou-se
que quanto maior o controle da instituição, menor o nível de saúde mental dos gestores. Salientouse, então, uma relação diretamente proporcional sobre assertiva de que ‘quanto mais saudável o
trabalhador, maior sua satisfação profissional’. Com base nesses artigos, os resultados sugerem a
urgência do planejamento de uma política pública de atenção à saúde para os trabalhadores que
gerenciam o sistema socioeducativo brasileiro, em especial, do Distrito Federal, foco desta
pesquisa.

Palavras-chave: Burnout; qualidade de vida; saúde; contexto de trabalho; sistema socioeducativo.