Autor(a)

IARA FLOR RICHWIN FERREIRA

Instituição

UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA

Data

2010

O escopo desta dissertação é analisar e apresentar a descoberta do inconsciente e sua progressiva conceitualização a partir da análise de três metáforas utilizadas por Freud no período compreendido entre 1892 e A Interpretação dos Sonhos (1900): 1. reino das sombras e maus espíritos, 2. metáfora histórico-arqueológica e 3. metáfora gráfica e de região jurisdicional. A metáfora do reino das sombras e maus espíritos remete à experiência originária de Freud com relação ao inconsciente, ao momento inicial da descoberta de que a consciência é lacunar e descontinua e não recobre toda a extensão do psiquismo. Essa metáfora revela importantes questões relacionadas aos fenômenos clínicos que levaram Freud à conceitualização do inconsciente psicanalítico e anuncia e prefigura vários dos sentidos que o conceito de inconsciente assume com o desenvolvimento da psicanálise. Por meio da metáfora histórico-arqueológica do segundo capitulo, acompanhamos os desdobramentos da descoberta freudiana e apresentamos a elaboração e refinamento do método psicanalítico, que permitiu a Freud maior acesso e conhecimento sobre a região inconsciente do psiquismo. A partir da combinação de metáforas gráficas – inscrição, transcrição e tradução – com uma metáfora de região jurisdicional – fueros – apresentamos o primeiro modelo do aparelho psíquico delineado por Freud e a descrição em detalhes de sua estrutura, conteúdo, organização, leis, processos, mecanismos e funcionamento

Palavras-chave: psicanálise, metáfora, inconsciente, aparelho psíquico.